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sábado, 19 de março de 2011

...aquilo que me dá esperança


                 Hoje, especialmente, faz dois meses que fiz a última postagem. Muitos amigos me perguntaram se eu tinha parado de escrever, se havia desistido do blog, entre outras perguntas...
No entanto, há sempre um momento da nossa vida que precisamos parar. Ás vezes por um tempo pequeno, ás vezes por um tempo maior. Parar nem sempre significa desistir, pode ser uma estratégia de como avançar de forma mais eficiente.
                Durante esses meses muitas coisas aconteceram fazendo-me entender muitas perguntas e encontrar as respostas. Há uma música que em sua letra diz o seguinte: “[...] basta somente esperar o que Deus irá fazer, quando Ele fica em silêncio é a hora de vencer [...]”; Deus fica comumente em silêncio diante dos problemas enfrentados pelos seus filhos, contudo, creio eu que esse silêncio nos remeta ao encontro com Ele num lugar íntimo, incomum somente a Ele e a quem o busca.
                Mas, como eu estava dizendo muitas coisas aconteceram...
                Em Fevereiro comecei a radioterapia, todavia os meus planos não são os planos de Deus... A ansiedade de me livrar logo dessa fase perigosa da minha vida me fez acreditar que tudo acabaria em 1 mês... Mas, não terminou. Todos os dias indo me expor à radiação, queimando não só as células más, mas minha epiderme também, isto foi me deixando cansada, desanimada, questionando o silêncio de Deus. Embora seja testemunha da grande fidelidade de Deus até aqui a mim depositada, eu, por um momento, duvidei.
               Todavia, o Senhor nosso Deus, usa de vários canais para falar com seus servos. E foi isso que Ele fez. Uma professora de português, do ginásio, mulher cristã, missionária por natureza e que havia saído do bairro há algum tempo, apareceu bem na minha porta... é... parece incrível mas é verdade. Ela veio com seu carro de som, comprado especialmente para disseminar o evangelho, falando do amor de Deus com versículos bíblicos, e subiu até o 2º andar do prédio e bateu em minha porta. Ela me trouxe um presente. Veio orar comigo, ler a Palavra de Deus comigo e mostrar um série de testemunhos de pessoas que haviam passado pelo vale de ossos secos, mas que foram transformados no Espírito, ganhando vida em abundância. 
E me fez uma indagação:
 - O Senhor Deus lhe falou que essa doença é de vida ou de morte?
Eu respondi: 
- De vida!
Ela glorificou a Deus ali mesmo e confirmou o que Deus já havia lhe dito. Cristo a colocou no meu lar apenas para me lembrar da promessa que Ele mesmo havia me feito.
               Isso me faz compreender como o ser humano é fraco e que esquece facilmente da misericórdia de Deus assim que amanhece outro dia. Quero trazer a memória àquilo que me dá esperança. Quando a tempestade vem nossa visão fica turva e o inimigo aproveita-se desse momento de fraqueza e vulnerabilidade para nos tirar a paz e nos inferiorizar. Mas Deus sempre aparece para nos lembrar o quanto somos especiais, o quanto Ele nos ama incondicionalmente.
Bom, após aquele refrigério de boas-novas eu pude chorar de alegria por saber que o silêncio do Senhor é na verdade o seu trabalho que será posteriormente traduzido em bênçãos e vitórias.
               Ainda estou fazendo a radioterapia, só que agora com uma nova perspectiva: dure o tempo que for o importante é deixar Deus agir da forma que Ele queira! E viver... sim! Aproveitar cada momento sabendo que temos um Deus maior que qualquer problema. Usufruir do período de luta para aprender o máximo a exercitar os dons que nos foi dado. A vida pode ser colorida mesmo diante das dificuldades. Devemos rir sempre, cantar, ser hospitaleiros, tratar com ternura as pessoas, telefonar, conversar, viajar, estar com as pessoas que amamos... usar o tempo a nosso favor.
         Deus nos fez de um jeito especial, devemos usá-lo para glorificar a Ele.